quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Filósofo francês estabelece ligação de universos dispares



No mundo globalizado em que vivemos, observamos uma tendência à padronização de modos de vidas, apesar das disparidades sociais e culturais ao redor do mundo. E é essa contradição entre a preservação da tradição e raízes e disseminação de uma cultura dominante, pautada pela globalização proporcionada pelo avanço das novas tecnologias e das comunicações. E é essa discussão e reflexão que o filósofo e sinólogo francês François Jullien propõe em seu novo trabalho “O diálogo entre as culturas”, que lança na Tenda de Autógrafos, no dia 15, às 17h45, na I Feira do Livro de Pernambuco, pela Editora Jorge Zahar.

Para isso, o autor escolheu duas realidades distintas os modos culturais predominantes na Chia e a filosofia tradicional européia. A escolha da China surgiu pela distância lingüística do chinês com qualquer idioma do continente europeu e das características peculiares da sua história social e cultural, repleta de elementos que despertam a curiosidade pela sedução, exotismo ou fascinação. “A cultura chinesa tem uma tradição escrita e é a única civilização distante do ocidente que também está bem desenvolvida. Por isso, oferece um contraponto forte. A primeira vez que visitei o país foi em 1976, um momento pouco acolhedor, era final da revolução cultural, logo antes da morte de Mao Tse Tung. Foi interessante ver a radicalização da revolução e o início da abertura para o pensamento ocidental”, comenta o escritor.

Em “O diálogo entre as culturas”, busca respostas profunda e original, sobre diversos conceitos-chave que vão do universal ao multiculturalismo, moldando a nossa forma de pensar da sociedade ocidental moderna. Nesse percurso, ele aborda temas caros à filosofia, antropologia, história, sociologia e teologia. Tudo isso para, antes de mais nada, realmente requestionar o pensamento francês. 

Um dos filósofos franceses mais importantes da atualidade, François Jullien é professor titular da Universidade de Paris VII, diretor do Instituto do Pensamento Contemporâneo e membro do Instituto Universitário da França. Viveu e estudou muitos anos na China e por isso, escreveu várias obras sobre o pensamento e a cultura chinesa. Dentre elas destacamos: Penser d'un dehors (la Chine), com Thierry Marchaisse (2000); Si parler va sans dire: du logos et d'autres ressources (2006).

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